Excellence in highly complex cases.

THE OFFICE

After providing important services to Brazilian society, as Secretary of State, Prosecutor and Attorney General, and Senator of the Republic, Demóstenes Torres decided to dedicate himself to law.

Thus, in 2019, he founded the law firm that bears his name, with the aim of providing a specific and personalized service in highly complex cases.

The sheer number of problems that DT Advogados faces requires in-depth theoretical knowledge and extensive practical experience. To address them, Demóstenes Torres Advogados relies on a select team of professionals prepared to analyze each legal case they handle with the necessary care and attention.

The members combine academic rigor with the experience gained from the firm's numerous courtroom achievements, through a process of drafting briefs and opinions aimed at finding individualized and specific solutions to each client's problems, distancing themselves from the mass legal production. All theses are crafted in a handcrafted manner, through a thorough examination of the case law and doctrine applicable to each case.

In this unique scenario, the firm's scope of practice is broad and based on the constitutional interpretation of law, with the premises of preserving fundamental rights and guarantees, private autonomy and, in general, citizenship rights, thus offering excellent solutions in highly complex matters.

EQUIPE

Demóstenes Torres

Founding partner

Flávia
Torres

Founding partner

Márcio
Lobão

Partner

Thiago
Agelune

Partner

Ronald
Bicca

Partner

Caio
Alcântara

Partner

Nemuel
Kessler

Partner

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our performance

The Demóstenes Torres Law Firm operates in a concentrated and comprehensive manner in the Federal Supreme Court, Superior Courts, Courts of Justice and Federal Regional Courts.

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PUBLICATIONS

Envolver jovens com a cultura, oportunidades profissionalizantes e chances de empreender são a saída para a segurança pública

Desde 29 de maio, transpiramos para pagar os próprios boletos. Nos 149 dias anteriores, nosso suado dinheirinho foi 100% para o governo. Cálculos do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação provam que as autoridades gastam mal e porcamente, pois nossa imensa e cruel carga tributária é campeã mundial em duas categorias, a de maior e a de pior.

Com os primeiros caraminguás caindo “no” bolso, depois de tanto caírem “do” bolso, passei a sonhar com a turnê “Minha história”, de Flávio Venturini. Vai que é possível… No ano passado, foi.

E foi um show duplamente especial para mim, em Goiânia e com entrada franca, em 21 de julho, 2 dias antes de seu 75º aniversário. Em vez de ganhar, ele nos deu um presente. 

Já vi apresentações suas em diversos lugares do Brasil. Já formei grupo de amigos para ir a espetáculo em Belo Horizonte. Segui-lo é minha forma de agradecer o muito que faz pela arte, inclusive como compositor. Cito sempre as suas letras e, mais ainda, um de seus exemplos de vida.

Venturini cresceu ilhado pelas possibilidades. Seu colégio tinha piano no corredor, o restaurante de seu pai tinha piano no salão, um maestro hóspede de sua mãe na pensão tinha piano no quarto e ele ficava na porta ouvindo-o tocar. Presente de Natal era sanfona. 

O colega de aula da carteira de trás tocava gaita. Não deu outra. Interessou-se pela música. É a saída que indico para a segurança pública, envolver crianças e jovens com oportunidade. Sua única chance é prestar, não importa que rumo tomar. “Nunca foi difícil pra mim porque sempre fui pelo caminho certo”, diz Flávio ao Museu do Clube da Esquina.

Menino de antigamente tinha uma bicicletinha (Cláudio, irmão de Flávio, trocou sua bike por duas guitarras) de ir para trabalho do pai à tarde, mas só depois de fazer com a mãe os deveres passados pela professora nas aulas de cedo. 

Chegava à noite tão cansado que mal dava tempo de tomar banho e já dormia ouvindo seus programas prediletos, carecia de a mãe ir a seu quarto desligar o rádio. É a rotina de sonho para salvarmos esta metade do século. Qual a possibilidade de delinquir? Praticamente nenhuma se houver serviço, lazer e estudo. Assim foi com os irmãos Venturini a partir da infância. Assim pode ser a infância no Brasil.

Cada rua precisa ter um Clube da Esquina, como o formado nos anos 1960 por Milton “e os tons, os mil tons/ Seus sons e seus dons geniais”, os Borges (Lô, Marcio e Marilton), chovendo na Horta do Toninho, Beto Guedes, Tavinho Moura, Túlio Mourão e tantos que entraram nas décadas seguintes, inclusive os Venturini. 

O país tem meios de facilitar a felicidade desta geração para não se perder mais essa, como tem sido. Dinheiro não falta. O próprio governo federal divulga que a arrecadação não para de subir: só de janeiro a maio entraram no caixa cerca de R$ 1,2 trilhão, quase 10% acima dos 5 meses iniciais de 2024.

O que falta é destinar os recursos a quem interessa: às crianças, aos adolescentes e aos jovens das periferias, dos morros, dos conjuntos habitacionais populares, das cidades esquecidas. Para esses não há sol, se quiser brilhar tem de ser naturalmente estrela.

Essa moçada não consegue fazer projeto para a Lei Rouanet. Não há ponto de cultura para quem está no ponto de ônibus. Cadê as escolas com pianos nos corredores? Cadê os jovens tocando violão nas praças? Cadê as serenatas? Cadê o luau à beira do lago, do Paranoá em Brasília ao de Coari no Amazonas? Cadê alguém para aproveitar os dons geniais dos novos baianos e nordestinos em geral, nortistas em particular, sudestinos, sem destino, sem norte, sem sorte? Os do Cerrado, dos Pampas, da Caatinga? Cadê?

A rapaziada que passa o tempo olhando para telas pode se apaixonar pelo contrabaixo, pela percussão, pelos 1.000 tons, por cantar e compor. Combate o estresse, a depressão, a ansiedade, a síndrome do pânico. Investir em saúde mental também é direcionar para essa galera emendas pix, orçamento secreto e as demais articulações.

Vai mandar a bolada de qualquer jeito? Chegar ao coração do jovem não é um jeito qualquer, é só o melhor deles. Essa faixa de idade não se importa nem de perder, até por não ver outra coisa dentro de casa.

Como no episódio em que Charles Chaplin ficou em 5º lugar em um concurso de sósias de Carlitos, Flávio Venturini conta na mesma entrevista que Milton e 2 irmãos Borges, Márcio e Lô, se inscreveram no Festival Estudantil da Canção, em Belo Horizonte. 

A canção, a linda “Clube da Esquina nº 1”. Era 1970, Milton com 27 anos, imagine a voz… Pois é, pouco adiantou, som e poesia sequer foram classificados. Porém, desde então está em cena uma turma de vencedores, Milton com 82, 6 além de Flávio. Resta à classe dominante cuidar dos com menos de 30.

A história de uma legião de brasileiros talentosos ratifica a receita. Subir o morro levando a tiracolo as armas letais: guitarras, violões, baixos, cavaquinhos, notebooks. Entrar na favela carregando bolsas de incentivo, sacolas de livros, chaves das melhores universidades. Invadir a periferia com cursos profissionalizantes na área de tecnologia. Fechar a rua, mas para a criançada jogar golzinho.

Cercar a comunidade, mas de chances para empreender. Encostar todo mundo na parede, mas para ensinar um passo de dança. Afinal, a gente não pode transpirar só para servir aos cofres do governo.

Demóstenes Torres

Domingo de sol, o Brasil pintado de verde e amarelo, o mundo acabando e eu aqui ouvindo Adoniran Barbosa e preocupado com a economia. Volto ao interminável 1958, a seleção de futebol ganharia a primeira de nossas 5 Copas da Fifa, estava no cargo o melhor de todos os presidentes destes 135 anos de República e era assim que se saía do aluguel:
“Eu arranjei o meu dinheiro
Trabalhando o ano inteiro
Numa cerâmica
Fabricando pote
E lá no alto da Mooca
Eu comprei um lindo lote
Dez de frente e dez de fundos”.
Em vez de se inscrever numa ONG de sem-teto, o eu-lírico de Adoniran em “Abrigo de vagabundos” transpirou na lida da cerâmica até adquirir o microterreno e erguer um barraco. Em 2025, essa história seria um absurdo. Como pode alguém ter de se dedicar à profissão de meu amigo Antônio Poteiro, magistral artista plástico primitivista, para conseguir os recursos de erguer moradia própria? Trabalhar? Onde já se viu? Dois amigos seus, desocupados, não quiseram acompanhá-lo no esforço e agora “andarão jogados na avenida São João/ Ou vendo o sol quadrado na detenção”.
Adoniran nasceu a 6 de agosto de 1910. O Brasil desenvolvimentista que o formava homem se agigantou até mais do que se esperava na segunda metade da década de 1950, quando compôs a música. Floresceram os anos JK, vinha-se da 2ª Guerra, do suicídio de Vargas, do progresso reduzido ao litoral Sul/Sudeste. A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto beirou os 8% em todos os “50 anos em 5” e até os ultrapassou no governo seguinte, do parlapatão JQ, seguido de JG. Sim, os êxitos de Juscelino Kubitschek, como os de Adoniran, continuaram reverberando – em 1961, ele já era ex e o PIB subiu 8,1%, fruto dos investimentos nas diversas áreas da indústria.
Àquela época, retrata a letra, cadeia era para vagabundo, assim entendido o sujeito sem serviço, vivendo no que hoje seriam as cracolândias. Está na moda outro personagem da canção, João Saracura, arranjador de pequenos trambiques, remunerados ou não, como legalizar construção sem planta. Os joões atuais saram, curam e tomam dinheiro de aposentados, vendem lugar na fila da habitação, fraudam os motivos dos benefícios previdenciários e bufam satisfeitos, afinal, em vez de estarem na cadeia, estão nos cadastros de políticas públicas.
João Saracura viu o ex-presidente Jair Bolsonaro entregar a dívida pública bruta em 71,7% do PIB e ela alcançar 76,6% no fim do recente semestre, com expectativa de chegar a dezembro em 79,6% ou R$ 10,1 trilhões. Antes, quem crescia 8% ao ano era o PIB; agora, é a dívida pública. Os gargalos se multiplicam. De janeiro a junho últimos, o governo federal pagou R$ 416,7 bilhões em juros. O País está como o Alcebíades de outro sucesso de Adoniran, “Aguenta a mão, João”, que reclamava por ter perdido a casa derrubada num temporal (parece que os versos foram escritos após as chuvas da estação anterior):
“C’o Alcebides, coitado, não te contei?
Tinha muita coisa mais no barracão
A enxurrada levou seus tamancos e o lampião
E um par de meia que era de muita estimação
O Alcebides tá que tá dando dó na gente
Anda por aí com uma mão atrás e outra na frente”.
Em “Saudosa maloca”, Adoniran diz que “Deus dá o frio conforme o cobertor”, todavia o Altíssimo foi ultrageneroso com o Brasil. Quanto mais os governantes tentam afundar o País, mais o Salvador aponta os caminhos da redenção. O Ministério do Meio Ambiente e o Ibama fazem tudo para os brasileiros não aproveitarem o que há no subsolo nem na superfície. Tratam produtor rural na ponta da espada. Seguram as licenças até negá-las, como estão agindo na Margem Equatorial e na Bacia de Santos, que não param de gerar boas notícias. No litoral paulista, a parte privatizada do petróleo acaba de realizar a maior descoberta do século. Pra que explorar a riqueza se o que desejam é explorar a pobreza?
É mais fácil gerir uma população de dependentes, como o Mato Grosso e o Joca de “Maloca querida”, ou o Alcebíades. Quando a pessoa tem o patrimônio resumido a um lampião, um par de meias e outro de tamancos, fica fácil para um João Saracura preencher sua ficha em um projeto e garantir seu voto. E cá estamos no meio do ano apreciando a demolição, mora a tristeza onde a gente vai e cada direito que cai dói no coração.

Zum-zum-zum, a moral do Brasil “tá voando e tem alguém que tá se incomodando”, como na música-chiclete de Talita Mel. Veja-se o caso do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, que incomoda autoridades, mas as norte-americanas. Puseram sua cabeça a prêmio sob acusação de chefiar o tráfico de drogas. Lá, “tu não tem mais esse melzin” e no Brasil ainda é visto como chefe… de Estado.

Seus sucessos eleitorais são refugados pelo planeta inteiro. Aqui, integrantes do governo federal os comemoram como se fossem legítimos. Mudou a data do Natal e no lado de cá da fronteira os mandatários preferem crer no Papai Noel a duvidar do Monstro de Bigode.

Quem “tá se incomodando é porque tá vivendo no rolê” Caracas-Boa Vista, pois quando se imaginava que sua criatividade para o absurdo havia se esgotado, Maduro taxou os produtos brasileiros em até 77%. Passou a punir Roraima, que acolhe os fugitivos da fome vítimas do bolivarianismo.

Antes de o galo cantar 3 vezes para se confirmar a traição à companheirada, o tirano voltou atrás, fez cara de paisagem, disse que foi equívoco do sistema –a Venezuela está de tal forma obsoleta que pode ter sido erro de datilografia.

O Brasil chegou a esse piso de poço, desprestigiado a ponto de um anão da economia global nos aplicar um passa-moleque e a gente agradecer porque o ditador se desdisse. Talvez tenha sido mais um teste a que o chavismo submeteu Brasília.

No ano passado, Maduro promulgou a lei tomando Essequibo, uma riquíssima região da Guiana quase do tamanho do Uruguai. O déspota não consegue administrar sequer a Venezuela e pretende deixar a nação vizinha com meros 50.000 km² –se fosse um município do Brasil, seria o 18º em área, não estaria nem entre os 10 maiores do Amazonas.

Desde 2023, Maduro divulga o mapa do que supõe ser seu reino, Essequibo incluído. A reação do Ministério das Relações Exteriores foi a esperada, ou seja, nenhuma. Mantido esse nível de desrespeito com o Brasil, daqui a pouco:

  • a Bolívia vai reanexar o Acre;
  • o Paraguai abocanhará parte do Mato Grosso;
  • piratas se sentirão à vontade para questionar nosso mar territorial;
  • Cuba pegará Fernando de Noronha para prisão de anticomunistas;
  • a França ficará com o Amapá e suas reservas de petróleo na Margem Equatorial;
  • as ONGs oficializarão a posse da Amazônia;
  • o Comando Vermelho vai declarar a (in)dependência do Rio de Janeiro.

E nós aqui olhando os cortes no YouTube. Se não quiser se indignar, “pula os stories pra tu não sofrer”, já que o quanto pior, melhor requalifica o presidente da República para a reeleição em 2026. A recompensa a quem capturar Maduro é de U$S 25 milhões.

Uma merreca para o que já deu de prejuízo ao povo da Venezuela, uma fortuna para os padrões do Disque-Denúncia, sistema carioca que estimula a delação de bandidos e está pagando R$ 5.000 por milicianos e traficantes. Na cotação de 3ª feira (29.jul.2025), a cabeça do salafrário vale 28.000 vezes mais que o pescoço de marginais comuns.

Depois da vitória da tríplice aliança sobre o sanguinário Solano López, os vencedores poderiam ter dividido e se apossado proporcionalmente de todo o Paraguai. O sábio imperador Pedro 2º rejeitou para não ampliar a fronteira com a Argentina, à época uma fonte de encrencas.

Infelizmente, a República não produziu um Pedro 2º para rebater no nascedouro a ideia de Maduro de invadir Essequibo para aumentar de 2.200 para 3.000 km a divisa do Brasil com a Venezuela.

“Vai doer, vai doer”, repete Talita em “Melzin”. Os cofres sangrarão para tirar as tropas da Venezuela de dentro da Guiana. Trata-se de um exército em farrapos, porém outros malucos estão batendo bumbo para Maduro. Daniel Ortega, sua versão na Nicarágua, já lhe ofereceu homens e equipamentos para engrossar as fileiras.

Vai doer no bolso do pagador de impostos nacional. Saddam Hussein acrescentou o Kwait ao Iraque nos anos 1990 e a estimativa é que os Estados Unidos gastaram U$S 8 trilhões para o derrotar. Saddam queria do Kwait o que Maduro quer na Guiana, riquezas sob o solo. Essequibo tem petróleo, ouro, urânio, gás e bauxita.

Valer-me de uma canção que toca incessantemente em tudo quanto é aparelho eletrônico, talvez até em marca-passo, é minha forma de desenhar o alerta, para depois a população sequestrada pelo malfeitor não inquirir como Talita Mel: “Quem mandou não cuidar de mim?”.

Para a esquerda brasileira, o inimigo agora é outro, os judeus. Não facções locais e estrangeiras como o Cartel de los Soles, que os norte-americanos dizem ser comandado por Maduro e 2 de seus principais ministros, o da Defesa e o de Interior, Justiça e Paz. O governo Lula, cuja agenda internacional deve estar sendo feita “no tuts-tuts do paredão tocando” o terror, retirou o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto.

Onde os dirigentes se preocupam com o interesse público, não com a próxima eleição, o foco é outro. Os 27 países da União Europeia fecharam acordo com os Estados Unidos por tarifa de 15%, mesmo índice conseguido pelo Japão, que vai receber investimentos superiores a meio trilhão de dólares. Também houve consenso com outros grandes da Ásia, a começar da potência hegemônica, a China. O Reino Unido, fora da UE, acordou em 10%.

Enquanto isso, o Brasil reage pagando a conta de energia de 60 milhões de eleitores, botijão de gás em 17 milhões de lares, benefício em dinheiro para os motoristas de aplicativo, 54 milhões de Bolsas-Família e 6 milhões e 700 mil indo com salário-mínimo mensal do Benefício de Prestação Continuada.

Essas pessoas não têm outra saída, pois a reeleição exige que fiquem onde estiveram desde 2003, no CadÚnico. Como quem tem almoço e janta consta na estatística como classe média, estão reservados R$ 5.000 para montar uma loja. Quem disse que “tu não tem mais esse melzin”?

Desde 29 de maio, transpiramos para pagar os próprios boletos. Nos 149 dias anteriores, nosso suado dinheirinho foi 100% para o governo. Cálculos do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação provam que as autoridades gastam mal e porcamente, pois nossa imensa e cruel carga tributária é campeã mundial em duas categorias, a de maior e a de pior.

Com os primeiros caraminguás caindo “no” bolso, depois de tanto caírem “do” bolso, passei a sonhar com a turnê “Minha história”, de Flávio Venturini. Vai que é possível… No ano passado, foi.

E foi um show duplamente especial para mim, em Goiânia e com entrada franca, em 21 de julho, 2 dias antes de seu 75º aniversário. Em vez de ganhar, ele nos deu um presente. 

Já vi apresentações suas em diversos lugares do Brasil. Já formei grupo de amigos para ir a espetáculo em Belo Horizonte. Segui-lo é minha forma de agradecer o muito que faz pela arte, inclusive como compositor. Cito sempre as suas letras e, mais ainda, um de seus exemplos de vida.

Venturini cresceu ilhado pelas possibilidades. Seu colégio tinha piano no corredor, o restaurante de seu pai tinha piano no salão, um maestro hóspede de sua mãe na pensão tinha piano no quarto e ele ficava na porta ouvindo-o tocar. Presente de Natal era sanfona. 

O colega de aula da carteira de trás tocava gaita. Não deu outra. Interessou-se pela música. É a saída que indico para a segurança pública, envolver crianças e jovens com oportunidade. Sua única chance é prestar, não importa que rumo tomar. “Nunca foi difícil pra mim porque sempre fui pelo caminho certo”, diz Flávio ao Museu do Clube da Esquina.

Menino de antigamente tinha uma bicicletinha (Cláudio, irmão de Flávio, trocou sua bike por duas guitarras) de ir para trabalho do pai à tarde, mas só depois de fazer com a mãe os deveres passados pela professora nas aulas de cedo. 

Chegava à noite tão cansado que mal dava tempo de tomar banho e já dormia ouvindo seus programas prediletos, carecia de a mãe ir a seu quarto desligar o rádio. É a rotina de sonho para salvarmos esta metade do século. Qual a possibilidade de delinquir? Praticamente nenhuma se houver serviço, lazer e estudo. Assim foi com os irmãos Venturini a partir da infância. Assim pode ser a infância no Brasil.

Cada rua precisa ter um Clube da Esquina, como o formado nos anos 1960 por Milton “e os tons, os mil tons/ Seus sons e seus dons geniais”, os Borges (Lô, Marcio e Marilton), chovendo na Horta do Toninho, Beto Guedes, Tavinho Moura, Túlio Mourão e tantos que entraram nas décadas seguintes, inclusive os Venturini. 

O país tem meios de facilitar a felicidade desta geração para não se perder mais essa, como tem sido. Dinheiro não falta. O próprio governo federal divulga que a arrecadação não para de subir: só de janeiro a maio entraram no caixa cerca de R$ 1,2 trilhão, quase 10% acima dos 5 meses iniciais de 2024.

O que falta é destinar os recursos a quem interessa: às crianças, aos adolescentes e aos jovens das periferias, dos morros, dos conjuntos habitacionais populares, das cidades esquecidas. Para esses não há sol, se quiser brilhar tem de ser naturalmente estrela.

Essa moçada não consegue fazer projeto para a Lei Rouanet. Não há ponto de cultura para quem está no ponto de ônibus. Cadê as escolas com pianos nos corredores? Cadê os jovens tocando violão nas praças? Cadê as serenatas? Cadê o luau à beira do lago, do Paranoá em Brasília ao de Coari no Amazonas? Cadê alguém para aproveitar os dons geniais dos novos baianos e nordestinos em geral, nortistas em particular, sudestinos, sem destino, sem norte, sem sorte? Os do Cerrado, dos Pampas, da Caatinga? Cadê?

A rapaziada que passa o tempo olhando para telas pode se apaixonar pelo contrabaixo, pela percussão, pelos 1.000 tons, por cantar e compor. Combate o estresse, a depressão, a ansiedade, a síndrome do pânico. Investir em saúde mental também é direcionar para essa galera emendas pix, orçamento secreto e as demais articulações.

Vai mandar a bolada de qualquer jeito? Chegar ao coração do jovem não é um jeito qualquer, é só o melhor deles. Essa faixa de idade não se importa nem de perder, até por não ver outra coisa dentro de casa.

Como no episódio em que Charles Chaplin ficou em 5º lugar em um concurso de sósias de Carlitos, Flávio Venturini conta na mesma entrevista que Milton e 2 irmãos Borges, Márcio e Lô, se inscreveram no Festival Estudantil da Canção, em Belo Horizonte. 

A canção, a linda “Clube da Esquina nº 1”. Era 1970, Milton com 27 anos, imagine a voz… Pois é, pouco adiantou, som e poesia sequer foram classificados. Porém, desde então está em cena uma turma de vencedores, Milton com 82, 6 além de Flávio. Resta à classe dominante cuidar dos com menos de 30.

A história de uma legião de brasileiros talentosos ratifica a receita. Subir o morro levando a tiracolo as armas letais: guitarras, violões, baixos, cavaquinhos, notebooks. Entrar na favela carregando bolsas de incentivo, sacolas de livros, chaves das melhores universidades. Invadir a periferia com cursos profissionalizantes na área de tecnologia. Fechar a rua, mas para a criançada jogar golzinho.

Cercar a comunidade, mas de chances para empreender. Encostar todo mundo na parede, mas para ensinar um passo de dança. Afinal, a gente não pode transpirar só para servir aos cofres do governo.

Um espectro assombra o Brasil e não se trata de um fantasminha camarada –pode até ser camarada como sinônimo do que no PT (Partido dos Trabalhadores) é companheiro, mas é real.

Dá até calafrios comparar o governo Lula 3 ao que determina o “Manifesto Comunista, o livro que fundamentou 110 milhões de mortes da Revolução Russa de 1917 até a queda do Muro de Berlim, em 1989.

Aconteceu o que no Direito é chamado de subsunção.

Manifesto Comunista – “A sociedade divide-se em 2 vastos campos opostos, a burguesia e o proletariado”.

Lula 3 – Dividir o país é especialidade da esquerda. Estabeleceu o “nós contra eles” e, agora, insiste num “pobres X ricos” nos parâmetros petistas, em que os primeiros são “miseráveis” como os que roubaram R$ 6 bilhões dos segundos, os aposentados do INSS, que por essa visão seriam os “ricos”.

MC“No lugar da exploração velada por ilusões religiosas e políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta, cínica, direta e brutal”.

L3 – No imenso conjunto de fake news que é o “Manifesto Comunista”, essa aí mistura fé a seu antípoda, o cinismo de atribuir aos outros o que está em si. A burguesia mandatária é essa que sequestrou as liberdades individuais e as enquadrou das instituições de ensino à bilionária propaganda oficial.

Exploração aberta, como a que faz com os vulneráveis financeiramente; cínica, como atribuir ao produtor as queimadas na Amazônia; direta, como os descontos no contracheque do funcionário que não tem empréstimo consignado; e brutal, como a que o gabinete do ódio vermelho faz ao interpretar os cenários de horror pós-captura das narrativas.

MC“As velhas indústrias nacionais foram destruídas e continuam a sê-lo diariamente”.

L3 – Ainda bem que o setor produtivo não depende do governo, que só atrapalha. Deve-se ao petismo a carga tributária oligofrênica que tornou ultrapassadas algumas plantas industriais a ponto de umas irem à falência e outras, a se instalarem fora.

MC“Para o proletariado, as leis, a moral e a religião são meros preconceitos burgueses”.

L3 – Proletariado, no caso, são os que se filiam a siglas do governo, porque o trabalhador comum, seja ele patrão ou empregado, obedece às leis e tem moral, com 90% professando religião sem qualquer preconceito.

MC“O objetivo imediato dos comunistas é o mesmo que o de todos os demais partidos proletários: constituição dos proletários em classe, derrubada da supremacia burguesa, conquista do poder político pelo proletariado”.

L3 – Karl Marx e Friedrich Engels publicaram isso em 1848 e, em quase 180 anos de lorota, o que houve foi supremacia das ditaduras comunistas, conquista do poder pelas armas e constituição dos proletários em miseráveis.

MC“Na sociedade comunista, o trabalho acumulado é sempre um meio de ampliar, enriquecer e melhorar cada vez mais a existência dos trabalhadores”.

L3 – Quem caiu nesse engodo, como Cuba e Venezuela, viu seu trabalho ampliar o despotismo dos dirigentes, enriquecer bandidos usurpadores de mandato e melhorar a existência dos figurões do partido.

MC“Horrorizai-vos, porque queremos abolir a propriedade privada”.

L3 – O confisco está em curso, via impostos horrendos, taxas horríveis, supersalários horripilantes, juros horrorizantes…

MC“Abolição da família! Até os mais radicais ficam indignados diante desse desígnio infame dos comunistas. Sobre que fundamento repousa a família atual, a família burguesa? No capital, no ganho individual. A família, na sua plenitude, só existe para a burguesia, mas encontra seu complemento na supressão forçada da família para o proletário e na prostituição pública”.

L3 – Esse trecho não deixa dúvidas quanto à origem dos planos de governo da esquerda. Depois, ainda reclamam quando a população apoia as pautas da direita nos costumes, a defesa da família e o combate às drogas, por exemplo.

MC“A família burguesa e seu complemento desaparecerão com o desaparecimento do capital”.

L3 – Os comunistas tentam, mas fracassam também nessa área. O capital só desaparece quando alguém do INSS autoriza o desconto na fonte. Quanto ao fim da família, vão sonhando, esquerdistas…

MC“As declamações burguesas sobre a família e a educação, sobre os doces laços que unem a criança aos pais, tornam-se cada vez mais repugnantes à medida que a grande indústria destrói todos os laços familiares do proletário e transforma as crianças em simples objetos do comércio, em simples instrumentos de trabalho”.

L3 – São realmente doces as ligações da criança com seus pais. O que causa repugnância é a leniência do governo em patrocinar o esgarçamento dos laços familiares por meio do desrespeito da mídia e do incentivo à erotização do ensino, da publicidade e até de autoproclamados artistas bancados pela Lei Rouanet.

Não se tem notícia de crianças transformadas “em simples objeto do comércio”, mas na estreia de Lula 3 foram fechadas 2.153.840 empresas, 25,7% a mais que em 2022, transformando as crianças em filhas de falidos. Ou seja, o objeto do comércio é sobreviver, caso mude a política econômica.

MC“Nossos burgueses, não contentes em ter à sua disposição as mulheres e as filhas dos proletários, sem falar da prostituição oficial, têm singular prazer em cornearem-se uns aos outros”.

L3 – O linguajar mostra o nível do documento inspirador das gestões de esquerda: machista, preconceituoso, elitista, segregador.

MC“Os comunistas são acusados de querer abolir a pátria e a nacionalidade. Os operários não têm pátria. Não se lhes pode tirar aquilo que não têm”.

L3 – Os operários são patriotas, sim. O que desaprovam é decisão nascida do “Manifesto Comunista”, como o PT não ter assinado a Constituição que tanto profana e vetar o Plano Real. Parte da esquerda brasileira comemorou a derrubada das Torres Gêmeas em Nova York e se solidariza com o terrorismo mundial.

MC“O proletariado usará sua supremacia política para arrancar pouco a pouco todo capital à burguesia para centralizar todos os instrumentos de produção nas mãos do Estado”.

L3 – Fruto desse pensamento enviesado é o prejuízo que as estatais dão ao Brasil: 23 delas tiveram rombo de R$ 5 bilhões e 348 milhões em 2023. O deficit não para de subir, a dívida pública explodiu e em 40 meses de Lula 3 quase alcançou R$ 10 trilhões, 76,1% do PIB (Produto Interno Bruto), em maio de 2025, segundo este Poder360.

MC – Algumas das medidas a “serem postas em prática: expropriar a propriedade latifundiária e empregar a renda da terra em proveito do Estado; impostos fortemente progressivos; abolir o direito de herança; confiscar a propriedade de todos os emigrados e sediciosos; centralizar o crédito e todos os meios de transporte nas mãos do Estado; multiplicar as fábricas e os instrumentos de produção pertencentes ao Estado; trabalho obrigatório para todos e organização de exércitos industriais, particularmente para a agricultura”.

L3 – Se estivessem aqui, Engels e Marx se orgulhariam de seus sucessores. Até porque essas medidas propostas no “Manifesto Comunista” foram ou estão sendo postas em prática ou ficarão para o mandato L4, que não virá.

Música que abre o disco Bicho, de Caetano Veloso, “Odara” virou uma febre nacional em 1977 e nos anos seguintes. Sinônimo de boas vibrações, quem ficava odara estava na corriola da contracultura. Pouca gente sabia exatamente a tradução do novo modismo linguístico de uma época em que a liberdade era coisa rara. Mesmo assim, entrava na onda do Caetano como uma forma de ressignificar aquele momento com outros termos.

Acho que nem a censura percebeu que se tratava de uma palavra de religião africana, tema proibido no país. O Brasil vivia o prolongamento do movimento hippie na classe média e o camarada tinha de ser artista de qualquer maneira para ter projeção na sociedade alternativa. 

Se não fosse artista ou estudante de ciências humanas do campus da Universidade Federal de Goiás, estava fora da roda. Ainda não havia o estabelecimento concreto do discurso ambiental. Ecossistema era uma palavra só conhecida no meio acadêmico.

Havia teatrólogos sem dramaturgia; cineastas que estavam desenvolvendo um trabalho fictício com os avá-canoeiro; alguns pintores já inaugurando a obra no cubismo. O cara só não se metia com música, pois música você tinha de saber tocar um instrumento. Se bem que tinha o pessoal da percussão. Tocar tambor no Brasil é moleza. De maneira nenhuma. Eu tenho um amigo que faz a diferença no pandeiro raiz na melhor versão de que tem branco no samba. O cartunista Jaguar me contou que um dos motivos do escritor Ivan Lessa se mudar para Londres foi o pavor que ele tinha de gente fazendo batucada com os dedos na parede do elevador. 

Agora, poeta era mato. Como havia poeta naquele tempo em Goiânia, o que era extraordinário. As mulheres ainda eram chamadas de poetisas, o que eu acho o correto. Quando a pessoa não se virava em nada, e tinha pai rico para sustentar o preguiçoso, decidia ser fotógrafo. 

E quando não tinha mais nenhum recurso, dizia ser jornalista ou trabalhar em produção. Produção de quê? Produção mesmo: cinema, TV, teatro, publicidade, shows e uma apresentação de performance no Centro Cultural Martim Cererê, no Setor Sul. Eram lindas as meninas que trabalhavam em produção com vestido indiano e o calcanhar sujo, como a estagiária do Nelson Rodrigues na redação do Última Hora.

Mais ou menos nesta época surgiu o multimídia e alguns vanguardistas logo conseguiram se qualificar em várias manifestações do procedimento artístico, com a fusão de linguagens, outro meio de ressignificação. O pessoal ficava mesmo na elaboração do projeto, as ideias fluíam, e o desenvolvimento era praticamente nulo. 

Outra virtude extraordinária daquele tempo era de vez em quando bater ponto no restaurante da Dona Olga, no bairro do Martim Cererê, e comer um prato macrobiótico. Era o equivalente ao que o pessoal hoje pratica no exercício cotidiano de sentimentos orgânicos no item alimentação. Eu conheci uma poetisa que fazia uma semana de arroz integral para purificar o corpo. 

Uma limpeza para voltar a atravessar a noite nos bares da cidade e não saber com quem dormiu. A mesma conversa atual de desconstruir a narrativa vigorava naquele tempo. A sequência de discos de Gilberto Gil, Refazenda, Refavela e Refestança, é um exemplo do ímpeto inconformista, para não falar do sensacional Doces Bárbaros. Aliás, Refavela é a obra-prima do Gil.

O ponto de encontro da fauna criativa era a porta do Teatro Goiânia. Antes dos sensacionais shows, os grandes projetos culturais eram expostos por diretores, produtores, escritores, fotógrafos e jornalistas. O melhor deles foi “Carmo”, de Egberto Gismonti, seguido de Espelho Cristalino, de Alceu Valença: “Quando eu canto o seu coração se abala, pois eu sou porta-voz da incoerência…”. 

Iludidos, alguns falsos artistas uma noite fizeram papel de idiotas interativos no espetáculo Ensaio Geral do Carnaval do Povo, de José Celso Martinez, no mesmo teatro, acho que em 1980.

Depois dos shows, a profusão de aptidão artística imaginária migrava para os bares da Praça Tamandaré, uma das principais de Goiânia. No outro dia, o cara acordava de ressaca moral e com aquela sensação de água de bacalhau dessalgado na boca. O sujeito iria fazer um filme, não tinha roteiro, mas as cenas estavam prontas em sua cabeça, só que ele não se lembrava mais do que havia planejado na mesa do bar. De vez em quando, aparecia um produtor do Rio com a conversa de que estava realizando um projeto com o próprio Caetano e encantava as hipongas de Goiânia. 

Houve o caso de determinada filha de um coronel caucasiano do Exército Brasileiro, oriundo do oeste de Santa Catarina, que se miscigenou com um cineasta soteropolitano. A princípio, foi uma coisa abominável para a família, mas, depois do 1º neto, a situação foi completamente alterada para o amor e a gratidão. 

Foi uma época muito boa na minha vida de estudante de direito e revisor do Jornal Opção. Eu tinha dinheiro para a cerveja, mas faltava para o filé a palito, mesmo assim a gente se divertia muito com os ressignificados de então na Praça Tamandaré. 

Outro dia eu li no UOL a história de determinada atriz que foi à Grota do Angico, em Sergipe, para pedir licença à memória espiritual do cangaço de Lampião, pois ela iria interpretar a Maria Bonita. Além do lindo procedimento de reverenciar o túmulo de bandidos, a atriz sentiu uma energia incrível no local.

É o mesmo sentimento de ressignificação de sabido cantor de funk, naturalizado em facção criminosa, que saiu da cadeia como herói da resistência da favela, quando na verdade é um produtor cultural do narcotráfico.

Um outro indivíduo, no trabalho de ressignificação da astrologia, decidiu criar um horóscopo vegano. Sim, no lugar dos animais, os vegetais desenham o zodíaco. E ainda há os que observam razões humanitárias no terrorismo do Hamas e vibraram ao ver Tel Aviv bombardeada. Eu me lembro bem da esquerda celebrando os primeiros momentos da explosão das Torres Gêmeas, no 11 de Setembro, como uma vitória da libertação dos povos contra o imperialismo norte-americano. 

Pensando bem, não havia nada de mal naquelas pessoas que queriam ser artistas. A gente estava se livrando do regime militar e toda a vontade do país foi dirigida para a anistia ampla, geral e irrestrita. Foi o reencontro nacional de que precisávamos para restabelecer a democracia. 

Agora, estamos ressignificando a história para dar azo a uma narrativa de golpe que não cabe em um embrulho de padaria. Perseguir a vitimização da ruptura institucional não deu resultados políticos a Lula. Não sou produtor de marqueteiro, mas seria uma boa ideia o presidente ficar odara, assumir o perdão próprio do verdadeiro cristão e anistiar os brasileiros que merecem e precisam voltar para casa.

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